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sábado, 14 de dezembro de 2013

Conflito

"Você nunca disse que me ama!
Você nunca disse que me ama!"
Mas eu te amo!!
Que sentido faz
ser forçado a dizer isso?

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Meditação sobre Sócrates

O cúmulo da sonsice
é abdicar da própria vida
em detrimento da ordem, 
da razão, da liberdade
e de todos esses valores
que despertam revolta,
receio e despeito
quando manifestos
no próximo.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Permanência

Quando ando por aí
não movo os pés.
Meus pés não se movem.
Nunca.
Estão sempre parados,
hirtos e calmos,
mesmo quando caminho.
Eu ando
mas não meus pés.
Vão indo de um lugar
a outro
sem se mover.
Eles não podem.
No mesmo lugar se mantém.
Até se eu corresse
calçando as sandálias de Hermes,
ainda assim
meus pés
permaneceriam imóveis.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Superego monstruoso

Depois do último casulo
que entrou minha
noção de mundo,
um novo monstro surgiu
de dentro de mim;
dessa vez, finalmente,
feito de ferro,
para desespero de Freud
e amigos.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Se eu tenho resposta pra tudo?
Não.
Mas uma pergunta pra cada coisa
com certeza.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Algo a se fazer

Não é a coisa mais natural,
a etiqueta mais esperada,
a atitude correta e polida,
a cordialidade eventualíssima,
como responde qualquer um,
fazer alguma coisa
em certo momento?

Afinal todo mundo faz isso,
por qual espécie de evento especial
esse procedimento protocolar
estaria errado?
Nada faz crer que esteja.
Se você veio até aqui,
por que não ir mais adiante?
É o que a situação pede!

É sempre feito assim
e sempre deu certo,
fazer diferente de todos
é só encurtar o conforto
e trazer mais perto o fracasso.

Abster-se do convívio
e deixar um clima de dúvida
é um exercício contra-intuitivo
além de fazer um mal danado.

Toma um conselho e não ouse ser desatento:
não vá contra a multidão,
aprenda a ser o mesmo de antes,
aprenda a se comportar
de acordo com cada lugar,
não surpreenda ninguém,
não invente,
não durma no ponto;
e o mais importante:
Negue a si mesmo!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Folhas

Gosto de ver o jeito que 
as árvores dançam
quando eu as interrogo sorrindo
diante das nuvens, do céu
e tudo mais...
Eu interrompo o meu universo
só pra ouví-las.
O que elas respondem?
Ah, isso cabe só a mim...

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Azar, puro azar

Há uma questão.
Cinco alternativas.
Três são eliminadas.
Resta uma dicotomia.
Que dúvida...

Ah! pura ilusão!
Calcule, pondere,
analise, considere,
chute se for o caso.

Não importa o método,
nesse 50-50
você vai marcar a questão errada.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Mais um poema que morreu

Há alguns dias
achei um caderno que perdera.
Comecei a folheá-lo
de trás pra frente,
como sempre faço
ao folhear cadernos.
Encontrei rabiscos dos tempos
de minha loucura.
Li os rabiscos.
Li cuidadosamente,
tentando achar significado
em sua sinuosidade amórfica.
Eram rabiscos a lápis,
rabiscos apenas escritos
com o sentido da loucura.
Loucura e nada mais.
Loucura dando rodopios
e perdida em redemoinhos.
Loucura em triângulos.
Loucura em círculos.
A loucura queria cobrir
cada linha em branco
de cada página do caderno perdido
em esforços desesperados.
Os riscos e rabiscos
pareciam ser gritos
dessa loucura ansiosa,
mas não exatamente.
Eles queriam se esconder
ou talvez se enganar,
o que fazia todo o sentido,
sendo riscos de loucura.
Folheava mais páginas.
As páginas cheias de rabiscos
não acabavam,
não haviam de acabar
pois as folheava de trás pra frente.
Os riscos queriam um começo.
Embora tivesse lhes dado um,
esqueci porquanto era louco.
Mal curioso ficara,
assustei-me com aquela monotonia,
assustei-me: eram monstros e não rabiscos.
Monstros que me angustiavam.
Seus gritos inundavam as linhas.
Queriam me engolir.
Todos eles.
Mesmo me devorando
continuava lendo.
Só outro louco poderia notar
que por trás de cada grito,
pesava um silêncio descomunal
e que além de cada risco,
jazia um espaço infinito.
Eu continuava louco.
Agora, porém, desolado
por saber que todo o empenho
é em vão.
Terminara de folhear.
Quando li a capa do caderno,
notei que estava no começo.
Recomecei a folheá-lo
de frente pra trás
como sempre faço
ao folhear cadernos.
Da primeira a última página
não havia um risco sequer.
Tudo em branco.
Eu era um rabisco
que sem ter começo
antes do fim
foi riscado.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Nem para fazer poemas mais eu sirvo...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Número familiar

O telefone tocou várias vezes hoje
Não queria atender
Sempre o mesmo número
Não conhecia o número
Maldição! Por que atendi?
Não era ninguém
Por longos minutos segurei o gancho
E ninguém respondia
Calei-me com medo
Tentei ouvir alguma coisa
Apenas o silêncio pontuado
Com vozes ininteligíveis
Quem queria me ouvir?
Procurei pelo número
No caderninho perto do telefone
Procurei aflito pelo número
Reconheci...
O vazio de sons continuava
Desliguei.

*originalmente uma resposta no Ask.fm, baseada em um acontecimento verídico
http://ask.fm/IanSchall/answer/22034804380

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Love of a believer


How could I forget
That time when you came to me
So eager to know
And t'was me not you

That asked fearless
"Do you love someone?"
Oh, you faked a smiled
And reply calmly

"Yes, I have
And his name is Christ"
I couldn't understand

Poor little girl...
I hope someday
You think about love