Quando saio daqui
Bebo um elixir.
Desejaria sorrir...
Saudar os homens com pujança,
Tratar as crianças com carinho,
Curvar-me aos idosos com respeito,
Louvar as mulheres com graça...
Só que embora mesmo o Sol
Resplandeça o caminho
Com o impacto de perfulgente alegria,
Encontro as gentes fechadas,
Carrancudas no branco dos olhos,
Bocas de grades cerradas,
Soturnos semblantes de sobrolhos
Escuras feições fatais
Mantêm-se desfiguradas de desprazer.
Varrem a rua mecânicos formais
Desconcertando a beleza no afazer
Não querem dizer palavra alguma
Ou na verdade, debaixo do Sol, não podem?
Pois ante à afronta à frente da bruma
Persignações por trás afugentam a má-sorte
Protejam seus tugúrios com mil sortilégios
Pondo fé na impenetrabilidade dos artefatos.
Escondem-se de todos os sacrilégios
Inclusive da incontestabilidade dos fatos
Melhor que abandonem meu caminho
O Sol revela muito do que não é para ser dito
Nessa largada, os dias definho
Chegada a noite, oro contra o maldito
Não da Via Láctea estou embebido,
Nas calçadas, do bolso tiro sem retinir
O vidro de tudo que foi ido
Passado futuro presente do elixir.
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