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sábado, 1 de dezembro de 2012

O ente em sua totalidade

Aceite sua angústia
com toda a tranquilidade
isole-se do tédio
que sua vida interrompe
irrompa as profundezas
do espelho primordial
o qual lhe desvela
duas verdades como uma

Diversões inúteis
informando solidão
amarram o ser
em ignorância
mesmo que completo
mantem-se desapercebido
não confunda!
não é desânimo!
não se distraia!
em todos os lugares
camufla-se na preguiça
o fundamento último
o grande nada
que lhe abate

Toda a cabeça pensante
trazida às reflexões
por gritantes angústias
prestes está a revelar
não o porquê de tudo
mas o porquê de nada
remisso e fascinado
já pode me perguntar
o porquê da pergunta
e o que foi perguntado

O nada quer lhe guiar
para a chance
de se encantar com o oculto
o nada lhe implora
o nada lhe berra sem cessar
mas você não se deixa ouvir

Emerja do teu infinito ausente
grite em retorno
liberte-se e descubra-se
em sua poderosa capacidade
de existir na angústia
- feche a janela, vá pro espelho
os conturbados sobrevivem

O outro é nada
além de você
diante dele
tudo pode ver