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sábado, 1 de dezembro de 2012

O ente em sua totalidade

Aceite sua angústia
com toda a tranquilidade
isole-se do tédio
que sua vida interrompe
irrompa as profundezas
do espelho primordial
o qual lhe desvela
duas verdades como uma

Diversões inúteis
informando solidão
amarram o ser
em ignorância
mesmo que completo
mantem-se desapercebido
não confunda!
não é desânimo!
não se distraia!
em todos os lugares
camufla-se na preguiça
o fundamento último
o grande nada
que lhe abate

Toda a cabeça pensante
trazida às reflexões
por gritantes angústias
prestes está a revelar
não o porquê de tudo
mas o porquê de nada
remisso e fascinado
já pode me perguntar
o porquê da pergunta
e o que foi perguntado

O nada quer lhe guiar
para a chance
de se encantar com o oculto
o nada lhe implora
o nada lhe berra sem cessar
mas você não se deixa ouvir

Emerja do teu infinito ausente
grite em retorno
liberte-se e descubra-se
em sua poderosa capacidade
de existir na angústia
- feche a janela, vá pro espelho
os conturbados sobrevivem

O outro é nada
além de você
diante dele
tudo pode ver

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Perversão

A linda garota se calou
Não quis me ofender
Estava ao seu lado
Sem ter o que fazer

Uma palavra
Um contra-senso
Para me livrar
Do momento tão tenso

Tinha medo
Que não sei
Evitava a culpa

Dizer que não errei
Enfim a raiva
Por que não tentei?

sábado, 24 de novembro de 2012

Copious couple

A tenet of iron
Jail of madness
Which chains
Draws sadness

You don't have the right
To make her cry
Freakness drive
Some people to die

domingo, 18 de novembro de 2012

Shgrah'n

Fhayak chtenff kn’a 
Nilgh’ri nglui lw’nafh 

Yai nnn 
Yai kadishtu 
Yai gotha’bthnk 
Yai bug vra 
Yai uln shaag 
Yai nilyaa 
Yai nog ogg

domingo, 11 de novembro de 2012

Li’hee-ahtg fhtagn y-aag 
Ron grah’n tharanak 
Hlirgh phlegeth sll’ha 
Nw azoth k’yarnak 
Ogg bug lagsoth 
Iah!

domingo, 4 de novembro de 2012

Nw syhah
Nachagl
Ron ph’nglui
Ph’phlegeth

Ep hai hlirgh
Uln ch’hri
Nali’hee ngah
Hlirgh yhah!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Grah’n ehye
Geb nglui
Ftaghu r’luh 
N’ogg ghftuln
Y’ghft uh’e r’luh
N’ogg mg phlegeth

domingo, 28 de outubro de 2012


Shn’gha li’hee
Nog n’ilyaa
Shya uln, shub
Shagg ll
Y’hah shaggnythh!

Thflthkh’ngha shaggnythh!
Ya vulgtn fhtagn gof’nn
Gothaog zhro

sábado, 27 de outubro de 2012

R'luh-eeh uln nnn'nagll
Ep tharanak f'fhtagn

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Medida certa

Distância, distância...
Tenho um recado para ti
 - Mantenha-se longe de mim!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ultimamente
tenho escrito poemas horríveis
Isso quando tenho escrito!
Mas cá dentro de mim
sei que isso é bom sinal.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Os olhos do eremita



desgostos me moldaram
a indolência me prende
longe de quem amo e confio

assassínio interior
envolvido no passado
gastando a vida por nada

entendo as coisas que nego
convido para o limbo o que nego
num gesto de amor frio

caminho inclinado para baixo
 - fardo de tristezas
caminho inclinado para cima
 - desânimo e descrença

[nas profundezas da floresta
o esquecimento se revira
como folha caída]

é uma escolha dificil
entre esquecer e lembrar
- ela requer memória

uma escolha dificil
e estreitam-se úmidos
os olhos do eremita

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Critical sense

I'm wasting my existence
My mind is ceasing to judge
I'm filling me with nothingness
My head is full of fudge

I'm breathing very slow
I'm fart of this weariness
I'm echoing through the vacuum
I'm watched out for loneliness

I won't let things go this way
I'll rebel against what
I dare to throw me

So beloved and blind...
That I never would find
The sense of reasoning...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Augúrio - A Confusão

O Escudo

Somos mundos paralelos
Revelados em crise um ao outro
Silêncio contra silêncio
Pensamos que podíamos...
A ignorância nos preconceitua
Experimentaremos nosso controle

A Espada

Tu quase se negas à conclusão!
Mas o destino te cerca
A esperança ainda cintila
O beijo da hipocrisia

sábado, 7 de abril de 2012

Vício

Tenacidade turbulenta e veloz 
congestionando fluxos empíricos e energéticos 
tão cega e sutil como a rápida vertigem da víbora 
evaporando esforçadamente suas vísceras numa nuvem negra, 
entoxicando sem dó os retardatários 
e retardando a condolência em vitupérios abjetos e venenosos, 
sagrando-se vencedora de vida vencida pela data 
além do fuso inalcançável da efervescência 
exagerada do alvedrio vora
de verter pelas vênulas estouradas toda a sagaz ira 
da perene melodia raivosa e sã, 
enviando dardos desvertebradores na alma da impiedade dos vencidos, 
dinamizando a ação do vendaval nos aves avermelhados, 
sem vergonha de vomitar vermes suculentos 
e desafiar o primeiro dos primeiros a dançar a valsa dos invencíveis 
e jamais estancar o vir a ser que definha vida 
e se agarrar no curso taquicardíaco, 
não mais racionando pela razão 
e desmoronando todas as objeções de fracasso, 
rejeitando até, 
em vista do pulsar demasiado pleno e quieto 
e brando e rigoroso 
e tenso e frântico, 
a vida na vala.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Tudo Menos o Nada

Recuperando o que sequer perdi.
O nada machuca,
é uma arma fria
que mantenho comigo há tempos
e às vezes resolvo emprestar
a pessoas que se ofendem
e a devolvem com ferozes rostos.
Eu não posso fazer nada...
Está dentro de mim,
um vácuo,
preenchido seja por pejo ou desejo.
Quando se preenche é quando eu o empresto.
Se conheço o desfecho,
por que continuo?
Já disse o que posso fazer...
O nada me consome,
o mesmo nada que criou
tua aversão me tira da razão.
Nada vejo no teu rosto
e no entanto nada me impede
senão esse mesmo nada.
Eu nado na dor
desse rio vazio
e ascendo na neblina púrpura
de miríades perjuradas no horizonte
e só eu sei que isso nada é.
Mas quando o rio se enche
com uma maré de vergonha
todos vêem e ninguém se cala.
O murmúrio é mais tresloucado que esse nada,
ressoa nos cantos,
volta, se esconde, e caso ninguém o ouça,
tenha certeza que ao menos ele ecoa
e isso já basta para preencher
esse nada que aliena-se do meu.
Eu testo o eco;
quanto mais berro mais doem meus ouvidos.
Depois de tudo
nem posso agradecer por nada que me reservaste,
para ter o prazer de te ouvir dizendo
"de nada".

sexta-feira, 30 de março de 2012

Idolatria

Fermenta no meu dínamo a oscilação mais inconstante.
Eu suporto até que chova,
mas mesmo que das gotas eu evapore o incenso do alívio,
ele se evola e não desce ao solo mais,
um paliativo ridículo
que só me faz lembrar da pesarosa realidade
a qual estou fadado com mais intensidade.
Essa frieza é incompartilhável.
Rasgo as flores com todo o requinte
em um jardim de cravos anis
e o vendaval as tremula,
debochando da minha persistência
atacante do nada invulnerável.
O céu fere um grito de decisão;
cai no meu colo cheio de graça,
mas depois que percebo que é o feto da punição.
Não que o pesadelo seja a realidade
como em um conto estúpido,
mas o ideal sim perturba-me diariamente.
Nele eu me espelho,
nele eu busco o paradigma
que admito sem resistências
ser aquilo que eu desejava para minha vida até o fim.
Muitos pensarão o tanto possível,
mas só quem considera minha cordialidade a pior das ofensas entenderá.

domingo, 25 de março de 2012

Círculo de dor

O filho leva às lágrimas o ancião
Meu rosto está quase desaparecendo
Esqueci o ânimo do espírito
O dissímulo da afeição sofrendo

Meus olhos, porém deveriam sofrer
Pelo meu amor, pagando o dobro
Dos olhos do ancião, portanto,
Seria um ancião sumindo do corpo.

Aguardo passar pro outro lado.
Sou a presa a ser perseguida.
Deus me ofende com razão;
Meus olhos, neblina esvanecida.

O medo de dançar livre ao sol
O medo da nobreza de caráter
O medo de ser devorado pela alegria
O medo de atingir o àpice

À dor de quem pus derrotado
O leitor se sente indignado.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Augúrio - A Espera

O Escudo

Realmente és incompreensível
Empreitada de força mental
Persuade o risco a si própria
A tentação te estancava
Cuidado com a lua nova
O trabalho te condecorará

A Espada

A terra tem te seduzido
Mas o Rei te redime
Um amor de intuição feminil
Quando a espera é extravasada

domingo, 4 de março de 2012

Augúrio

O Escudo

Louca inconsequência a que vivo!
Deter-me não pode nem o destino
É a disciplina consciente minha defesa
Primícias da razão que fora presa
Fanatismo maior do que se pense
O futuro a Deus pertence

A Espada

Emperrado pela terra
Do carroceiro, sou a fera
O caminho intuitivo; a noiva de Cristo
O romance não termina; casamento casto

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Coração Odioso

Se o teu coração parasse
Eu o colocaria no meu prato
Temperaria-o de medo e ódio
Espirrando fel e sangue

Morder-me-ia de apetite faminto
Consumindo o descarnado
Da minha alma ruim de tão magra

Acabei-me consumindo de raiva
Por toda a humanidade
Raça triste igual a um coração cru
Transbordando de sebo num prato esmaltado

Eu inclino minha cabeça animalesca
Esmagando esse músculo putrescente
Num bafo devorador e vesgo

Não é fome - é ódio
Òdio de ter fome
Ódio de você
Òdio de você tendo fome
Se você continuasse vivo

Vomito litros de saliva
Engolfo nódoas de gordura
Sorvo arrotos sôfregos e vermelhos
Inalo sufocado o aroma nu
Da tua persistência carnal
Da tua insistência carnívora

Pobrezinho do teu coração!
Agora está sendo dilacerado
No ácido gástrico em entranhas
Nauseantes e figadais, cânceres
Da tua negligente ânsia de viver

Ânsia de vômito em cima de viver
O teu coração é indigesto
Arrependo-me de tê-lo comido
Mas agora só há uma saída

Como é belo o curso natural
Que dá um fim adequado ao teu sentimento
Visceral, estrangulando biologicamente
Mal-cheirosos suspiros de alívio

Um pedaço de resto imundo
Indo por água abaixo
Envio as condolências dando a descarga
A tua marcha fúnebre é rumor
De água podre afogada na depressão do vaso
Inundando a carniça em frangalhos
Da tua vidinha de mérito algum

Fede nas trevas do esgoto
Parasita no arroio do esterco
Coagula no mistério tubular
Dissolve minha ira no Elísio dos vírus

Casamos nossos ódios
Num casamento de dar nojo

Acalma-te! Não vê que tudo isso
Ainda é pouco?
Foi só meu café,
Preparado pro almoço?

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Na Noite que Jesus foi Traído

No livro em que Deus se revela mau
No primeiro dos dias inconforme o real
Nos tempos corridos sem haver dias
Nas consagradas ao livro que não lias

Na fria melodia descorre um sentido
No pior dos meses escrevo sucumbido
Na lembrança, canção do que não volta
No retorno, lembrando cada nota

Na tua voz ouço o que não pensas
No cálice dos mouros não há recompensas
No não dos teus lábios encontro afirmação
No milésimo perjúrio ainda há aprovação

No voto de sangue mal-entendido
Na noite que Jesus foi traído