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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Nativinte

A doçura da tua mão fez uma chaga incurável
No meu desejoso mas inexpressivo rosto.
Eu até brinquei alimentando esperanças
Mas o disparo não passou disso só.

Bom que agora ao menos finges que existo
Pois naquele dia teu véu foi um duro escudo.
Agora, quando ninguém vê, fito tiras de seda
Que quando presas, libertam teu lado mulher

Debochaste ao me ver na corda bamba.
Sinto muito por esse presente abstrato,
Mas não fui eu quem filosofou desta vez!
Tudo bem... é só uma melodia que sangra em mim.

No escuro todos te jubilavam cantando
Enquanto eu sossegava triste e te enxergava
Extinguindo a chama que bem podia ser a minha.
Relampejou nos meus olhos um sopro de morte.

Um pedaço da tua amargura me deste em mãos.
Toquei-as retribuindo tua educação singela.
O gosto é um sonho eterno de puro amor,
Se pudesse medí-lo aqui seria exatamente um quarto.

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