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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Cidade sem Mistérios

Tu te ofenderias se por acaso
Eu declamasse tudo que sinto de belo em ti?

Tu te ofenderias se por acaso
Eu contasse que vejo na borda dos teus olhos
Dois rasgos que traçam uma abóboda
Sustentando um céu crepuscular de estrelas?

Tu te ofenderias se por acaso
Eu revelasse que tuas simples unhas
São na verdade lâminas de razão
Que cortam o ar, embelezando-o com a Graça?

Tu te ofenderias se por acaso
Eu lembrasse que teu cabelo
Porquanto louvável, é um véu de poder,
Anjo ascendente, que lhe cobre de honra e decência?

Tu te ofenderias se por acaso
Eu confessasse que a escala da tua voz
É uma melodia que me mesmeriza
Música regente que me trata quando falas?

Tu te ofenderias se por acaso
Eu declarasse o recato de teu caráter,
Pulsando no teu enorme e bom coração,
Uma peleja constante que te faz mulher de Deus?

Porque se tu te ofendes
Pergunto ao Senhor
Se cada virtude dessas
Ele também não percebe!

Se continuas melindrada
Deixa que eu me curvo em respeito
Retiro-me das tuas vistas indigno.
Antes ainda abro as portas do meu coração,
Que dilata a maior tensão da minha cambaleante vida
Para ouvir trêmulo o que quer
Que você queira, eis exposto o meu rosto.

E depois mantendo as portas abertas,
Mesmo já vertendo trilhas de sangue,
Eu, tão logo,
Declaro que te amo.

Assim disse o Senhor
Porque não por acaso
Rendo a Ele
O meu amor.

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